quarta-feira, janeiro 22, 2025
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Queimadas no Cerrado em 2024 já superam total de 2023 com mais de 59 mil focos

As queimadas no Cerrado em 2024 ultrapassaram os números de todo o ano de 2023. Até 14 de setembro deste ano, foram registrados 59.144 focos de incêndio, em comparação com os 50.713 focos contabilizados ao longo de 2023, representando um aumento de 16,6%. Os dados são do Monitoramento dos Focos Ativos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que alertam para o agravamento da situação neste bioma, que cobre grande parte de Goiás e também se estende por Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal.

Somente em setembro de 2024, até o dia 14, foram registrados 19.832 focos de incêndio, contra 13.230 no mesmo período do ano passado. Esse aumento significativo está associado à seca prolongada e às altas temperaturas, além da influência do fenômeno El Niño, que provoca o aquecimento das águas do Pacífico e intensifica as condições climáticas adversas na região.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu recentemente um alerta vermelho para baixa umidade na região central do Brasil, o que agrava ainda mais o risco de incêndios. A seca extrema e o calor excessivo criam um cenário propício para a propagação rápida das chamas, dificultando o controle.

Chapada dos Veadeiros sofre novo incêndio de grandes proporções

Um dos exemplos mais críticos da devastação causada pelos incêndios no Cerrado foi o recente incêndio no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, no nordeste de Goiás. O fogo consumiu aproximadamente 10 mil hectares de vegetação nativa, em mais um episódio de destruição em uma das áreas de conservação mais importantes do Brasil. Nos últimos cinco anos, a Chapada tem enfrentado queimadas recorrentes, especialmente entre os meses de maio e setembro.

Em 2021, um incêndio de grandes proporções destruiu 25 mil hectares do parque, exigindo o esforço conjunto de brigadistas, voluntários e bombeiros para conter as chamas.

Críticas à gestão ambiental do governo federal

O aumento das queimadas e a aparente ineficácia dos órgãos ambientais em reagir à crise ampliaram as críticas à gestão ambiental do governo Lula. Segundo pesquisa recente do instituto Ipec, 44% da população avaliam negativamente o desempenho do governo na área ambiental, um aumento de 11 pontos percentuais em relação a abril. O período foi marcado por eventos climáticos extremos, como as enchentes no Rio Grande do Sul e o avanço das queimadas, que atingem biomas como a Amazônia, o Pantanal e o Cerrado.

A reprovação ao governo cresceu principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde se concentram os biomas mais afetados pelos incêndios. Nessas regiões, a avaliação “ruim ou péssima” subiu de 34% para 48%, enquanto a avaliação “ótima” caiu de 36% para 27%. Esses números refletem a crescente insatisfação com a resposta às crises ambientais e a necessidade urgente de medidas eficazes para enfrentar os desafios que o país enfrenta no combate às queimadas e à preservação de seus biomas.

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